AcessibilidadeAcessibilidadeInternacional

Notícias

 O trabalho surgiu de inquietações suscitadas pela formação inicial em Psicologia e, posteriormente, pelos estudos no Mestrado em Educação

Dentro da programação da IV Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), ocorre no dia 27 de outubro, às 19 horas, de forma virtual, a apresentação de nove trabalhos desenvolvidos por estudantes dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu. A atividade integra a IV Mostra da Pós-Graduação Stricto Sensu, que tem como objetivo divulgar os Programas de Mestrado e Doutorado da Instituição, por meio da apresentação de um trabalho indicado por cada programa.

Um dos estudos escolhidos tem como título Saberes, práticas e formação: a produção de (in)inteligibilidades trans no campo da saúde”, da mestranda em Educação pela Unisc, Leticia Silva Holderbaun, com orientação da professora Betina Hillesheim. Segundo ela, a pesquisa surgiu de inquietações suscitadas pela formação inicial em Psicologia e, posteriormente, pelos estudos no Mestrado em Educação. 

“É reconhecido na literatura científica sobre o tema que existem lacunas e insuficiências nos processos formativos não apenas da Psicologia, mas de todo o campo da saúde, no que tange à saúde da população LGBTQIA+, sobretudo de pessoas trans e travestis. Mas o que a pesquisa tem mostrado é que o problema é maior do que uma simples lacuna: os saberes desses campos foram responsáveis, historicamente, por todo um processo de patologização das experiências e identidades de gênero e sexualidade que fogem à norma. Apesar de intensas mobilizações pela despatologização das identidades trans, essas teorizações seguem contribuindo para uma compreensão patologizante e estigmatizante sobre as identidades de pessoas trans, travestis e de todo a sigla LGBTQIA+. São concepções que seguem tendo efeitos negativos sobre as práticas de atenção à saúde dessa população”, fala.

Ela ainda lembra que as políticas de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) têm a equidade como um dos princípios. Entre elas, existe a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, que prevê como um dos objetivos a formação e educação permanente de trabalhadores do SUS para atuar na perspectiva do combate à LGBTfobia e da promoção de saúde para as pessoas LGBTQIA+. “Falando, ainda, como psicóloga, é preciso lembrar que as orientações éticas de nossa profissão firmam um compromisso ético-político com o respeito aos direitos humanos e com o enfrentamento de todas as formas de violência e discriminação. Tudo isso passa pela formação nas áreas da saúde. Por isso, a relação entre as práticas e os saberes da saúde e as experiências trans é relevante não apenas para o próprio campo da saúde, mas também para o campo da educação.”

Letícia tem compreendido, tanto a partir da revisão de leitura quanto da pesquisa de campo, que não basta incluir temas relacionados aos gêneros e às sexualidades nos programas de formação de profissionais da saúde, sejam eles de base ou continuada. “É preciso interrogar os nossos próprios saberes, na medida em que eles têm sido historicamente responsáveis por co-produzir uma concepção de humano (e de sujeito das políticas de saúde) normativa e excludente, que não contempla as pessoas LGBTQIA+. E isso precisa fazer parte dos processos de formação em saúde.”

A pesquisa tem como campo o Ambulatório Multiprofissional de Atenção à Saúde da População LGBTTQIA+ (Ambitrans) da Unisc. “Por causa da minha temática de pesquisa, eu passei a integrar a equipe do ambulatório e tenho contribuído, prioritariamente, com as ações de educação em saúde e com aquelas voltadas para a comunidade escolar. Meu papel é acompanhar todos esses processos do ambulatório, junto ao restante da equipe, e discutir de que modo a formação em saúde é interpelada por esse encontro entre as práticas de saúde e as experiências trans e travestis. Assim, a pesquisa se volta para os saberes acionados nessas práticas, que são compartilhados pelos profissionais de saúde, e não para quaisquer indivíduos em particular.”

Inscrições abertas

Os Programas de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado da Unisc estão com inscrições abertas, incluindo o Mestrado e Doutorado em Educação.  Os interessados podem realizar a inscrição até o dia 16 de novembro, em unisc.br/mestradoedoutorado.

leticia Divulgação

Leticia Silva Holderbaun

 

Notícias

 O trabalho surgiu de inquietações suscitadas pela formação inicial em Psicologia e, posteriormente, pelos estudos no Mestrado em Educação

Dentro da programação da IV Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), ocorre no dia 27 de outubro, às 19 horas, de forma virtual, a apresentação de nove trabalhos desenvolvidos por estudantes dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu. A atividade integra a IV Mostra da Pós-Graduação Stricto Sensu, que tem como objetivo divulgar os Programas de Mestrado e Doutorado da Instituição, por meio da apresentação de um trabalho indicado por cada programa.

Um dos estudos escolhidos tem como título Saberes, práticas e formação: a produção de (in)inteligibilidades trans no campo da saúde”, da mestranda em Educação pela Unisc, Leticia Silva Holderbaun, com orientação da professora Betina Hillesheim. Segundo ela, a pesquisa surgiu de inquietações suscitadas pela formação inicial em Psicologia e, posteriormente, pelos estudos no Mestrado em Educação. 

“É reconhecido na literatura científica sobre o tema que existem lacunas e insuficiências nos processos formativos não apenas da Psicologia, mas de todo o campo da saúde, no que tange à saúde da população LGBTQIA+, sobretudo de pessoas trans e travestis. Mas o que a pesquisa tem mostrado é que o problema é maior do que uma simples lacuna: os saberes desses campos foram responsáveis, historicamente, por todo um processo de patologização das experiências e identidades de gênero e sexualidade que fogem à norma. Apesar de intensas mobilizações pela despatologização das identidades trans, essas teorizações seguem contribuindo para uma compreensão patologizante e estigmatizante sobre as identidades de pessoas trans, travestis e de todo a sigla LGBTQIA+. São concepções que seguem tendo efeitos negativos sobre as práticas de atenção à saúde dessa população”, fala.

Ela ainda lembra que as políticas de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) têm a equidade como um dos princípios. Entre elas, existe a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, que prevê como um dos objetivos a formação e educação permanente de trabalhadores do SUS para atuar na perspectiva do combate à LGBTfobia e da promoção de saúde para as pessoas LGBTQIA+. “Falando, ainda, como psicóloga, é preciso lembrar que as orientações éticas de nossa profissão firmam um compromisso ético-político com o respeito aos direitos humanos e com o enfrentamento de todas as formas de violência e discriminação. Tudo isso passa pela formação nas áreas da saúde. Por isso, a relação entre as práticas e os saberes da saúde e as experiências trans é relevante não apenas para o próprio campo da saúde, mas também para o campo da educação.”

Letícia tem compreendido, tanto a partir da revisão de leitura quanto da pesquisa de campo, que não basta incluir temas relacionados aos gêneros e às sexualidades nos programas de formação de profissionais da saúde, sejam eles de base ou continuada. “É preciso interrogar os nossos próprios saberes, na medida em que eles têm sido historicamente responsáveis por co-produzir uma concepção de humano (e de sujeito das políticas de saúde) normativa e excludente, que não contempla as pessoas LGBTQIA+. E isso precisa fazer parte dos processos de formação em saúde.”

A pesquisa tem como campo o Ambulatório Multiprofissional de Atenção à Saúde da População LGBTTQIA+ (Ambitrans) da Unisc. “Por causa da minha temática de pesquisa, eu passei a integrar a equipe do ambulatório e tenho contribuído, prioritariamente, com as ações de educação em saúde e com aquelas voltadas para a comunidade escolar. Meu papel é acompanhar todos esses processos do ambulatório, junto ao restante da equipe, e discutir de que modo a formação em saúde é interpelada por esse encontro entre as práticas de saúde e as experiências trans e travestis. Assim, a pesquisa se volta para os saberes acionados nessas práticas, que são compartilhados pelos profissionais de saúde, e não para quaisquer indivíduos em particular.”

Inscrições abertas

Os Programas de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado da Unisc estão com inscrições abertas, incluindo o Mestrado e Doutorado em Educação.  Os interessados podem realizar a inscrição até o dia 16 de novembro, em unisc.br/mestradoedoutorado.

leticia Divulgação

Leticia Silva Holderbaun

 

MENU PRINCIPAL