Atividade reúne escolas públicas e privadas da educação básica dos Vales do Rio Pardo e Jacuí-Centro e Litoral Norte
A semana foi de realização da Feira de Ciências – Inovação e Sustentabilidade da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). O ponto culminante da programação foi nesta quinta-feira, 23, quando mais de 600 visitantes entre alunos, professores e pais de estudantes de 59 escolas municipais, estaduais e particulares da educação básica dos Vales do Rio Pardo, Jacuí-Centro e Litoral passaram pelo Salão de Estudos da Biblioteca Central da Universidade, em Santa Cruz do Sul. Ao todo, 103 projetos foram classificados entre os 249 submetidos.
A Feira chega ao 5º ano e se consolida como um dos grandes eventos escolares de Santa Cruz do Sul e região. Para a coordenadora da atividade, a professora Cláudia Mendes Mählmann, é uma realização conseguir retomar feiras de ciências, que segundo ela, na época das Faculdades Integradas de Santa Cruz (Fisc), antecessora da Unisc, eram eventos tradicionais em que ela participou como avaliadora e auxiliando como monitora. “Retomar isso é muito importante, porque estamos trazendo aqui para dentro crianças e adolescentes que estão vivendo a Unisc, e para eles isso é um diferencial. A minha felicidade e a felicidade da comissão é ver o brilho nos olhinhos das crianças.”
A professora ainda exalta que a Feira é também um incentivo para a ciência, para novos pesquisadores e para o estudo em uma forma ampla. “Quando a escola, os professores incentivam, quando a escola tem um grupo que se envolve, que quer saber mais a respeito de um assunto, esse grupo é diferenciado e ele vai seguir assim a vida toda, é muito difícil modificar, ele vai ter interesse por todas as áreas na sua vida”, completa.
Professora Cláudia Mendes Mählmann
2025 passa a ter Educação Infantil
Neste ano o diferencial da Feira foi a colocação de estudantes da Educação Infantil. Conforme Cláudia, no final das edições é feita uma avaliação e a presença dos mais jovens, foi um pedido que surgiu nesse momento. E uma das turmas presentes, foi da Escola Municipal de Educação Infantil Pinóquio, de Encruzilhada do Sul. Os pequenos Agatha Pereira da Luz, Maria Júlia Siqueira, Mayah Ferreira Rachor, Nilo Júnior do Couto Marques e Lisia Borges Vasques, ao lado das professoras Alini Paschoal de Souza Silveira, Jussara Micheli Job Ulinoski e Ana Isabel Correa Guterres apresentaram o Projeto Reciclando Sabores.
A iniciativa da Escola surgiu com o intuito de reaproveitar os alimentos da merenda escolar. Os pequenos fazem bolo da casca de banana que iria para o lixo e usam a farinha de rosca que sobra da produção de pão. Para o bolo ficar ainda mais saudável, utilizam passas de uva ao invés de açúcar. Geleia de casca de laranja e chá de casca de maçã foram outras delícias apresentadas pelos estudantes. “As crianças fazem as receitas em sala de aula, comemos na escola e também doamos para a comunidade. Ainda ensinamos receitas para que os pais possam fazer em casa”, conta a professora Micheli. Ela lembra que a iniciativa deu tão certo que a receita foi publicada em um livro nacional do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Reciclando Sabores
Grúpula: o cristal que vem do vinho
A Feira se caracteriza pela presença de projetos curiosos e das mais diversas áreas. Pela primeira vez no evento, Mariana Dassi Heimerdinger e Julia de Mélo Drescher, com a professora Mariléia Ferraz Ceretta, da Escola Municipal Seomar Mainardi, de Sobradinho, apresentaram o Projeto Grúpula: a riqueza do vinho.
“O nosso objetivo primeiro é mostrar para as pessoas o que é a grúpula, porque as pessoas enxergam aquela borrinha no fundo da garrafa, no fundo da taça ou até na rolha, mas não sabem o que é. Acham muitas vezes que o vinho está sujo ou que ele é impuro. Na verdade, é o contrário, pois é o vinho puro que está soltando aquele resíduo”, explica a professora.
Após cumprir o primeiro objetivo, que é mostrar a grúpula, o grupo buscou uma forma sustentável para esse material. “Muitas vezes ele é jogado na natureza de qualquer forma, sem utilidade. Resolvemos criar algo a partir disso e coletamos esse material numa localidade que produz vinho. Depois, testamos como utilizar e chegamos a conclusão que, na resina, seria viável fazer enojoias, que são as joias criadas a partir de cristais de vinho”, explica a professora Mariléia.
Com a grúpula e resina, elas produzem joias ou chaveiros que são vendidos na comunidade e usados em benefício do Projeto. “Mas ao mesmo tempo queremos mostrar para os vitivinicultores que eles também podem ter uma fonte de renda extra com a venda dessas enojoias”, completa.
Projeto Grúpula: a riqueza do vinho
Robótica sustentável
O Instituto Estadual Gomercinda Dornelles Fontoura, de Encruzilhada do Sul, apresentou na Feira o Projeto Robótica Sustentável e Inclusiva na Sala de Recursos Multifuncional. Maria Cristina da Rosa Noronha e Theo Mariano da Rocha Pires, professores da turma dos anos iniciais do Ensino Fundamental, ressaltaram a relevância do projeto como parte do aprendizado sustentável, onde eles utilizam materiais recicláveis como papelão, sobras de madeira, papel, garrafa pet, entre outros.
“A robótica acaba trazendo uma importância bem grande para eles, porque trabalha principalmente a questão do raciocínio lógico, da concentração, a questão de resolução de problemas. E aí essa parceria na sala de recursos foi muito legal, trouxe também a questão da robótica reciclável. Então a gente associou a robótica tecnológica com esse tema.”
Ela conta que a ideia foi uma parceria com o professor Theo que já trabalhava robótica na escola. Então, decidiram trabalhar na sala de recursos. As crianças montaram uma réplica da cidade, valorizando a cooperativa de reciclagem municipal, visando mostrar a importância da separação do lixo. A turma ainda apresentou um robô, feito por eles, com material reciclável, e controlado pelo celular.
Robótica Sustentável e Inclusiva na Sala de Recursos Multifuncional
Texto com apoio da estagiária Eduarda Buelke Gomes
Fotos: Bruna Lovato/Unisc
