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Durante o isolamento social, as aulas presenciais migraram para o ambiente virtual de aprendizagem, com soluções que mantiveram a qualidade no ensino

 

A pandemia do novo coronavírus fez o mundo repensar sua lógica de funcionamento em prol da saúde coletiva. Para evitar a propagação acelerada do vírus, a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a recomendar o isolamento social e a restringir o funcionamento de algumas instituições - como as de ensino. No dia 19 de março, considerando as medidas de segurança, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a substituição de aulas presenciais por aulas digitais. Cumprindo estas determinações e buscando manter a qualidade das aulas, sem que houvesse grandes atrasos no calendário acadêmico, a Unisc reestruturou seu formato de ensino, bem como suas plataformas digitais.

A tecnologia foi aliada no processo de reinvenção das salas de aula. Mais do que transferir o conteúdo para o módulo digital, foram necessárias capacitações online para os professores e uma reorganização das atividades do semestre. Desde então, novos recursos e ferramentas vêm sendo adotados para que o acadêmico siga contando com o apoio de toda a estrutura técnica e pedagógica da Unisc. As aulas digitais, costumam ocorrer no horário padrão da disciplina, mantendo a organização tradicional dos acadêmicos. E, sabendo que o acesso à tecnologia nem sempre é estável, a instituição também possibilita o acesso póstumo aos materiais de ensino, onde pode registrar eventuais dúvidas.

“Nossa reinvenção pedagógica passou a ser um lema significativo para este momento que estamos vivendo, onde é preciso reinventar-se como docente, como pesquisador, como colega, como profissional e como pessoa. Num mundo em que a invenção é um acontecimento contínuo, mexer um pouco com nós mesmos pode ser positivo para os desafios profissionais do momento”, destaca o coordenador da Assessoria para Educação a Distância, Rudimar Serpa de Abreu. A Reinvenção Pedagógica da Unisc foi um reposicionamento institucional, que propôs nova arquitetura curricular no ensino e, também, novas perspectivas aos professores. “Tem sido proposto utilizar metodologias ativas de aprendizagem, baseadas em autonomia, colaboração, resolução de problemas reais e no protagonismo do estudante”, conclui.

Para que as aulas seguissem com plena qualidade durante o enfrentamento da Covid-19, a equipe da Unisc se uniu para promover, em um curto espaço de tempo, as adaptações do ensino presencial para as plataformas digitais. Nesse processo, em que tantas transformações foram requeridas, a participação dos acadêmicos tem sido essencial. Com objetivo de seguir evoluindo a interface entre o estudante e as aulas mediadas pelo ambiente virtual, foi realizada uma pesquisa, onde os acadêmicos puderam registrar suas opiniões de forma anônima, entre os dias 13 e 21 de abril, denominada de Enquete de Avaliação das aulas EAD. Nos próximos dias, os resultados da enquete estarão sendo utilizados para potencializar o aprendizado nos diferentes cursos ofertados.

 

Quais são os métodos adotados pela Unisc nas aulas mediadas pelo ambiente virtual?

Giana Diesel Sebastiany, diretora de ensino de graduação na Unisc, conta que “quando tomamos a decisão de passar as atividades do ambiente presencial para o virtual, utilizamos um planejamento institucional que precisou ser organizado com muita agilidade”. A equipe da Assessoria para Educação a Distância das Unisc auxiliou no ajuste das plataformas digitais, na produção de objetos de aprendizagem e na elaboração de materiais de estudo para que as atividades de cunho teórico pudessem ocorrer em ambiente de mediação virtual. Todas as atividades e aulas que necessitam de práticas ou dos espaços físicos da Universidade, serão realizados no retorno das aulas presenciais.

Desde o início da orientação de distanciamento social, as aulas vêm ocorrendo na plataforma Virtual Unisc (Moodle) e no Aplicativo Minhas Turmas, com apoio da biblioteca virtual e de outros recursos online que cada professor utiliza para otimizar o processo pedagógico: “os professores mantiveram a qualidade no desenvolvimento das competências de cada módulo ou disciplina, por meio de videoconferências, reuniões pelo Google Meet ou salas de interação e discussão, propondo diferentes materiais e atividades de aprendizagem, inclusive avaliativas”, explica Rudimar.

Segundo Giana, os professores vêm recebendo assessorias, orientações e minicursos online. “Após a migração para o ambiente virtual, começamos a realizar um monitoramento para verificar se as aulas continuam seguindo uma lógica didático-pedagógica, se estão com dimensionamento de conteúdos e se os acadêmicos acessam a sala virtual para desenvolver suas atividades. Nós já estávamos dando retornos aos professores, mas com a enquete respondida pelos estudantes, tivemos uma noção maior de quais são os sentimentos em relação a educação a distância e quais aspectos podem ser melhorados”, acrescenta.

A enquete, respondida por foram 2911 estudantes, revelou que: referente a elaboração das aulas no ambiente virtual 56,3% acredita que atende às necessidades do curso, 33,9% que atende em parte, 8,7% que não atende e 1,1% não souberam responder; quanto ao planejamento das aulas 69,5% estão satisfeitos, 22,3% em parte, 6,9% não estão satisfeitos e 1,2% não souberam responder; e em relação ao cuidado do professor na elaboração dos materiais de estudo das aulas 56,9% responderam que existe sempre, 23,2% que quase sempre, 15,4% que às vezes e 4,6% que nunca perceberam.

Outro recurso possível através da enquete é a busca por novos instrumentos que possam agregar qualidade aos processos de aprendizagem: “nesse momento em que precisamos ficar em casa, é importante que as aulas das disciplinas ou módulos sejam transferidas para o ambiente virtual de forma que não comprometa os conteúdos programáticos previstos para o semestre. A necessidade de viabilizar rapidamente a substituição das aulas no ambiente presencial para o virtual foi um dos nossos grandes desafios. Com a enquete percebemos que os estudantes estão, no geral, satisfeitos com o empenho dos professores, ressalta Giana.

 

Os acadêmicos são parte fundamental da transformação

Everton Simon, coordenador do curso Superior de Tecnologia em Gastronomia, relata que o momento tem propiciado transformações tanto para os docentes, quanto para os acadêmicos: “tenho buscado aprofundar meus conhecimentos para proporcionar mais reflexão nos acadêmicos e compartilhar experiências novas. Também, tenho tentado demonstrar que existe acolhimento dos acadêmicos por parte de nós professores. Percebo que a interatividade entre os estudantes se manteve e que, no geral, eles estão se dedicando ao conhecimento. Recebi trabalhos incríveis e já fizemos até avaliações por meio de vídeos, com os estudantes cozinhando em casa”.

Ricardo Henrique Kinast, acadêmico de Engenharia Civil, acredita que a adaptação com as plataformas digitais possa ser positiva para as mudanças que o mundo vai exigir. Ele também destaca que “os professores mostraram esmero para dar aulas ao vivo, com muita objetividade didática. A dinâmica se assemelha à das aulas presenciais, então me senti seguro e consegui avançar. Alguns professores têm oferecido aulas alternativas, aos sábados, por exemplo. Temos também a opção de rever a aula, ou de abrir os canais fora de hora, fazendo perguntas individuais”.

Já, Manuela Lima de Oliveira, acadêmica de Estética e Cosmética, conta que o que mais chamou sua atenção nas aulas virtuais foram as atividades variadas que os docentes têm proposto, tornando a dinâmica mais interessante: “os professores estão sempre dispostos a nos ajudar. As aulas ao vivo acabam facilitando muito na compreensão do conteúdo, dá para sentir que tudo foi pensando com muito carinho. Percebi que através dessa plataforma digital conseguimos ter uma boa aprendizagem dos conteúdos propostos”, completa.

Nas salas de aula virtuais, os detalhes também fazem a diferença, como reforça o professor Everton: “organizar os conteúdos na sala de aula virtual é importante para que os acadêmicos se sintam bem e não fiquem perdidos nas informações. Sinto que estou tendo um crescimento enquanto profissional, no sentido de buscar formatos que possam enquadrar as diferentes necessidades dos estudantes e de estar aproveitando as capacitações propostas pela Universidade, que nos direcionam sobre os melhores usos das ferramentas online”.

 

O que vai ficar deste momento?

Apesar da mudança ter ocorrido de forma abrupta e em resposta ao momento que exige cuidados com a saúde, houve adesão dos acadêmicos e dos professores: “a mediação virtual tem sido bem avaliada e acreditamos que existem aspectos dela que possam ser mantidos mesmo com a retomada do convívio social, por exemplo, em momentos em que não são necessários deslocamentos e a presença de todos na mesma sala. Percebemos que existem situações onde o aproveitamento é melhor com a utilização do ambiente virtual de aprendizagem e que é possível explorar essa possibilidade mais produtiva para cada aula”, expõe Giana.

Os resultados da pesquisa apontam que existe um caminho a ser percorrido nesse sentido, revelando que 82,9% dos estudantes consideram que existe uma boa disponibilidade dos professores para sanar dúvidas e 68,2% acredita que a comunicação tem sido sempre clara e eficiente. Segundo Rudimar “a medida em que professores e estudantes se apropriam mais destas tecnologias e passam a compartilhar o aprendizado e as boas práticas, temos certeza de que as salas de aula físicas e digitais não serão as mesmas ao fim deste período. Acredito que a rejeição e o eventual preconceito aos cursos a distância tendem a diminuir muito após a pandemia”.

A Unisc já estudava a experiência de ensino híbrido, que é uma tendência global no processo de aprendizagem, onde módulos curriculares são pensados de acordo com suas necessidades: presenciais e a distância. Quando existe a necessidade de convívio, de aulas práticas ou uso de equipamentos e laboratórios, as aulas ocorrem de forma presencial. Já, as aulas teóricas, visando o aprofundamento do estudo e a flexibilização do tempo poderão utilizar o ambiente virtual. “Acredito que no futuro essas experiências serão analisadas para que possamos colocar em prática métodos de ensino cada vez mais adequados. Devido ao contexto mundial de pandemia, é possível que esse modelo avance com qualidade”, finaliza Giana.

 

 

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