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 O trabalho premiado teve como título “Violências de Estado e Assistência Social: testemunho como meio para saúde mental no trabalho”

A professora do Programa de Pós-graduação Mestrado em Psicologia (PPGPsi) e do Curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Patrícia Krieger de Oliveira, foi agraciada no IV Prêmio de Dissertações e Teses da Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso), na categoria de melhor trabalho decorrente de tese de doutorado. Patrícia é doutora pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul  (UFGRS) e o trabalho premiado teve como título “Violências de Estado e Assistência Social: testemunho como meio para saúde mental no trabalho”. O objetivo da tese foi compreender as experiências das trabalhadoras da Assistência Social, quando convocadas a operar as violências de Estado. 

O trabalho busca compreender as operações das violências de Estado por meio do trabalho e encontrar modos de resistência para um sofrimento sustentado em uma história escravocrata e colonizada como políticas que fundaram o Estado brasileiro. Ao escutar as trabalhadoras, em sua relação com as usuárias, a tese sustenta o valor das experiências encarnadas de quem cotidianamente se vê entre a ética do cuidado e as violências de Estado e de um ofício que só é possível na sua dimensão coletiva e de defesa da vida. 

O trabalho será publicado na Revista Psicologia & Sociedade, periódico da Abrapso. Além do artigo decorrente da premiação, outro artigo da tese intitulado “As violências de Estado e o Trabalho Sujo na Assistência Social” já foi aprovado pela revista da PUC de Campinas/SP e será publicado em breve. 

Segundo Patrícia, o prêmio reafirma a aposta em uma psicologia que se constrói com os sujeitos e não sobre eles, que se alinha à luta por direitos e por condições dignas de vida e trabalho, e que não se furta ao enfrentamento dos processos que geram sofrimento, silenciamento e exclusão. 

“A saúde dos trabalhadores é um tema urgente, e os dados divulgados este ano pela Previdência Social nos indicaram um aumento de quase meio milhão de afastamentos por saúde mental no Brasil, no ano de 2024. No Rio Grande do Sul, tivemos 18 mil afastamentos pelo trabalho. Esses dados não refletem, ainda, a totalidade, uma vez que tratam somente dos trabalhadores formais, que contribuem para o INSS e quando o sofrimento psíquico é reconhecido como motivo para o afastamento do trabalho. Mas a tese se propôs a olhar para as peculiaridades de um trabalho voltado para pessoas em situação de vulnerabilidade social, o que traz importantes questões para o atendimento a essa população e para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS’s) de Saúde e bem-estar, de Igualdade de gênero e para Redução das Desigualdades Sociais. A tese buscou metodologias para a promoção de saúde, por entre o trabalho, contribuindo não somente com a política pública de Assistência Social (SUAS), mas com o SUS e com outras políticas públicas que atendem as pessoas em situação de pobreza e vulnerabilidade social”, completa a professora.

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