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Pesquisa apresentada em defesa pública

 

A diabetes mellitus gestacional, também conhecida como intolerância a carboidratos, é diagnosticada durante período gestacional sem nenhum diagnóstico prévio de diabetes. O diagnóstico precoce da DMG e seu acompanhamento durante o período gestacional com orientações de mudanças de hábitos alimentares, atividade física orientada e acesso a medicações hipoglicemiantes contribuem para a redução dos riscos maternos, como desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 pós-parto, pré-eclâmpsia e de complicações fetais como macrossomia fetal, hipoglicemia fetal, obesidade infantil.

A obesidade e o sobrepeso são considerados os maiores fatores de risco de desenvolver DMG, o que torna um problema de saúde pública devido ao aumento crescente de mulheres obesas e com sobrepeso no período de idade fértil. Dessa forma, métodos de rastreamento cada vez mais precoces e de baixo custo para realização desse diagnóstico são cada vez mais necessários. Tais métodos possibilitam uma atuação de forma multidisciplinar, buscando a diminuição de riscos maternos, evitando que o feto seja gerado em um meio hiperglicêmico, aumentando os riscos de crescimento fetal excessivo, hipoglicemia fetal ao nascer, desenvolvimento de obesidade infantil, desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 a aumento de doença cardiovascular quando adulto jovem.

Após anos de trabalho com gestantes de Alto Risco e de ter atuado junto à Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul à frente de um ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco vinculado ao Centro Materno Infantil, referência para gestantes com excesso de peso, obesas e ou com diagnóstico de Diabetes Mellitus prévio à gestação ou Diabetes Gestacional, a médica ginecologista e obstetra Fabiana Frey Juruena, realizou uma pesquisa inédita DMG e para predição de ganho de peso durante a gestação. O estudo surgiu da vontade de aprimorar o seu conhecimento nessa área de atuação e transformou-se em um trabalho de mestrado, junto ao Programa de Pós-Graduação em Promoção à Saúde da Unisc (PPGPS).

A pesquisa, orientada pelo professor Valeriano Antonio Corbellini e co-orientada pela professora Silvia Isabel Rech Franke. foi realizada através da coleta de saliva de gestantes que se encontravam com idade gestacional menor que 20 semanas. A partir de análise realizada pela técnica de Espectroscopia de Absorção Molecular no Infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), a saliva mostrou correlação com o sangue, sendo uma forma fácil e indolor para realização de sua coleta e permitiu uma acurácia de 100% para detecção precoce de pacientes que apresentaram alterações laboratoriais compatíveis com DMG comparado às coletas sanguíneas realizadas no pré-natal. Em relação ao ganho de peso gestacional, a técnica também conseguiu precocemente, ou seja, já na primeira consulta de pré-natal, predizer quais eram as gestantes que tinham mais riscos de ganho de peso gestacional acima do esperado.

Um grande avanço na técnica é a utilização da saliva, um fluido de fácil coleta, diferenciando-se da grande maioria das pesquisas as quais são comumente realizadas através de coletas sanguíneas.  Para os pesquisadores, o trabalho tem como grande impacto, além do rastreamento precoce de DMG e da identificação de gestantes de risco para ganho de peso excessivo durante a gestação, uma nova alternativa no auxílio e orientação das equipes de saúde pública, possibilitando o encaminhamento dessas gestantes aos centros de referência, e conscientizando a população da importância de hábitos saudáveis, principalmente durante o período gestacional.

 

Coleta de saliva de uma gestante
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