A ResíduoCare é uma plataforma voltada para apoiar os profissionais da saúde que atuam na linha de frente em hospitais, unidades de atenção primária e secundária
A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) acaba de conquistar o registro de programa de computador para o software "ResíduoCare - Plataforma Digital para Educação em Resíduos de Saúde". A aprovação, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), reforça a inovação e o potencial de impacto do projeto, que surgiu de uma necessidade prática observada em hospitais e unidades de saúde. O Núcleo de Transferência de Tecnologia (NITT) da Universidade apoiou o processo.
Desenvolvido pelos pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde (PPGPS) e do Programa de Pós-Graduação em Sistemas e Processos Industriais (PPGSPI), a plataforma é resultado do trabalho em equipe, composta pelos professores e orientadores Alexandre Rieger, Janine Koepp, Rejane Frozza e pelos estudantes Débora da Silveira Siqueira (PPGPS - Doutorado) e Guilherme Ferreira (PPGSPI - Mestrado).
Tecnologia para a saúde e o meio ambiente
A ideia para o ResíduoCare nasceu da experiência da aluna de doutorado Débora da Silveira Siqueira, que, em sua pesquisa de mestrado, identificou uma grande fragilidade no gerenciamento de resíduos hospitalares. "Percebemos a ausência de uma ferramenta que pudesse realmente auxiliar no dia a dia do trabalho, contribuindo para uma gestão mais eficaz e segura", explica.
A plataforma tem como objetivo facilitar o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, desde a segregação correta até a gestão documental e a promoção da educação em saúde. O projeto vai além de uma solução tecnológica, sendo um compromisso com a saúde pública, a sustentabilidade ambiental e a valorização dos profissionais da saúde que atuam na linha de frente.
A professora Rejane Frozza ressalta que a plataforma é um exemplo da parceria entre a academia e os serviços de saúde, unindo as áreas da Saúde e da Computação. O software utiliza recursos como a chatbot Dóris, desenvolvida pelo grupo de Pesquisa em Sistemas Computacionais de Apoio à Educação, e aspectos de gamificação para engajar os usuários, criando um ambiente intuitivo e agradável. “O processo do trabalho em conjunto com pesquisadores de diferentes áreas impulsiona o desenvolvimento de ferramentas computacionais voltadas às reais necessidades da sociedade, dos profissionais e dos gestores.” acrescenta.
Segundo o aluno de mestrado Guilherme Ferreira, “a experiência não apenas enriqueceu minha formação, mas também demonstrou como a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para gerar um impacto ambiental e social positivo, transformando um projeto de pesquisa em uma solução relevante para a saúde pública e o meio ambiente”.
O registro marca uma nova fase e abre portas para o futuro. Para Débora da Silveira Siqueira, o registro do software representa um marco importante. "Ele simboliza não apenas a validação de uma ideia construída a partir de uma necessidade real observada na prática, mas também o compromisso com a inovação, a responsabilidade socioambiental e a valorização do trabalho em equipe", pontua.
Próximos passos
A plataforma se destina, em especial, aos profissionais de saúde que trabalham em hospitais, unidades de atenção primária e secundária. O objetivo é que o ResíduoCare seja uma ferramenta que facilite o dia a dia desses profissionais, garantindo a conformidade documental e contribuindo para a saúde coletiva.
Os próximos passos do projeto incluem a continuidade do desenvolvimento e a validação da plataforma em diferentes cenários de saúde, por meio de parcerias com instituições. O objetivo é que o ResíduoCare se torne uma referência nacional, apoiando tanto profissionais e gestores quanto políticas públicas voltadas à saúde ambiental e ao desenvolvimento sustentável.
Rejane Frozza, Guilherme Ferreira, Débora da Silveira, Janine Koepp e Alexandre Rieger