A doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Carine Wendland, participou da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), realizada em novembro, em Belém, no Pará. A pesquisadora esteve, pela terceira vez, no evento como delegada da Federação Luterana Mundial (FLM), pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e pelo Município de Vera Cruz.
A COP30, encerrada em 22 de novembro, concluiu-se com a aprovação unânime por 195 países do Pacote de Belém, composto por 29 decisões que marcam avanços importantes na agenda climática global e ao mesmo tempo impasses. Para Carine, entre os principais resultados estão o reforço à “transição justa”, o comprometimento de triplicar os recursos para adaptação às mudanças climáticas até 2035, a adoção de 59 indicadores voluntários para monitorar a meta global de adaptação e o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, destinado a remunerar países que preservam florestas tropicais. Também foram introduzidos mecanismos de financiamento, tecnologia e igualdade de gênero, com a aprovação de um Plano de Ação de Gênero, e 122 países apresentaram novas contribuições nacionais voluntárias de redução de emissões.
Segundo ela, em análise com delegados e delegadas da Federação, o resultado da COP em poucas palavras ainda é decepcionante e um reflexo da crise em que nos encontramos. “Outra vez, numa COP, o consenso mínimo foi alcançado. A confiança no multilateralismo climático não pôde ser significativamente estabilizada. As alterações climáticas são uma ameaça aos direitos humanos, e recaem sobre os grupos vulnerabilizados que menos poluem: povos indígenas, migrantes, mulheres, jovens, crianças e pessoas com deficiência”, reflete.
A doutoranda acredita que a luta pela justiça climática e o cuidado à terra cresce conosco como uma planta. “A justiça climática exige ação climática durante todo o ano e em todos os níveis, do local ao nacional para global e de volta para local. Eu sou do interior, venho da agricultura familiar, de uma agroindústria de rapadura, vendo minha família plantar muitas árvores no contraste com a mineradora de pedras ao lado de casa em busca do “desenvolvimento”, mas sem “envolvimento com a terra - busquei seguir sempre fazendo alguma diferença”, fala Carine.

Carine Wendland


